quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Malária - Doença Parasitária

A denominação malária é proveniente da expressão italiana “mau aire” e fundamentada na crença de que era um mal vindo do ar, por acreditar-se em causa oriunda de emanações e miasmas vindos dos pântanos (DUTRA, 2007).
Relatos que antecedem a era cristão referem que a malária, tem se comportado como um dos principais flagelos da humanidade (CAMARGO, 2003). No mundo todo já provocou inúmeras mortes e muitos problemas sociais e econômicos, tanto que tem sido reconhecida como uma das mais graves doenças parasitárias no mundo (COURA JR et al., 2006).
A fase sintomática inicial da malária caracteriza-se por mal-estar, cefaléia, cansaço e mialgia. O ataque agudo inicia-se com calafrios que dura de 15 minutos a uma hora, seguido por uma fase febril (41ºC ou mais), depois sudorese abundante, fraqueza intensa; as vezes, dores abdominais e diarréiaOs acessos maláricos se repetem a cada intervalo de 48 horas para P. falciparum, P. vivax e P. ovale e a cada 72 horas para P. malariae.  Após alguns ciclos de reprodução, o paciente passa a apresentar níveis elevados de parasitemia, vômitos repetidos, icterícia, urina escura, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória, disfunção hepática, distúrbios hemorrágicos, alucinações, convulsões, podendo evoluir para coma e morte (BRASIL, 2001; PARISE, 2009).
O protozoário é transmitido de uma pessoa para outra através da picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles ou, mais raramente, por outros meios que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra pessoa sadia (FERREIRA, 2006), como: transfusão de sangue contaminado, transplante de órgãos, seringas compartilhada, da gestante para o filho antes ou durante o parto e acidentes de laboratório (MARTINS et al., 2007).
Não existe vacina disponível contra a malária. O diagnóstico da malária só é confirmado mediante exame laboratorial, pela visualização do parasito em microscopia ótica (BRASIL, 2001). Para estar mais protegido deve-se permanecer informado sobre os riscos de aquisição da doença, empregar medidas de proteção adequadas (evitar estar em rios e lagos ao amanhecer e ao entardecer, usar mosquiteiros, repelente, telas em portas e janelas). Se os métodos de prevenção falhar, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado previnem a ocorrência de casos graves, o paciente fica curado e elimina as fontes de infecção para os mosquitos (MARTINS et al., 2007).
Importante destacar que o controle da malária não depende exclusivamente do setor saúde, mas de todos os setores que participam do desenvolvimento do país. É indispensável a participação de instituições e de pessoas responsáveis pela educação, pela exploração de recursos naturais, pela preservação do meio ambiente, pela utilização e proteção dos cursos d’água, pela abertura de estradas, e decisão da sociedade em participar (JARDINES IQ, 2001).
Saiba mais e leia o artigo “Malária grave em Palmas, Estado do Tocantins: relato de caso” anexado a este blog, e publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 42(4):463-468, jul-ago, 2009.  Site: http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v42n4/a21v42n4.pdf.
Bibliografia
BRASIL Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Terapêutica da Malária.  6. ed. rev.  Brasília: FUNASA; 2001. 104 p., il.
COURA JR, SUÁREZ-MUTIS M, LADEIRA-ANDRADE S. A new challenge for malaria control in Brazil: asymptomatic Plasmodium infection – A Review. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2006; 101(3):229-37.

CAMARGO EP. Malária, maleita, paludismo. Ciência e Cultura. 2003; 55(1): 26-29.
DUTRA AP. Malária: informações para profissionais de saúde. SUCEN. Disponível em: http://www.sucen.sp.gov.br/doenças/malaria/testo_malaria_pro.htm . Acesso em: 21 out. 2007.
FERREIRA P. Malária. Agência Fiocruz de Notícias/Saúde e Ciências para Todos, 2006.  Disponível em: http://www.fiocruz.br/ccs/glossário/malaria.htm. Acesso em: 25 dez. 2007.
JARDÍNES IQ. Malaria: características generales y situación actual em Cuba y lãs Américas. Biblioteca Virtual de Vigilância em Salud. Cuba. 2001; 6(5).
MARTINS FSV; CASTIÑEIRAS TMPP; PEDRO LGF. Malária.   Centro de Informações em Saúde para Viajantes (CIVES). Disponível em: http://www.cives.ufrj.br/informacao/malária/mal-iv.html. Acesso em: 19 out. 2007.
PARISE EV. Malária Grave em Palmas, Estado do Tocantins: relato de casos. Rev Soc Bras Med Trop. 2009; 42(4):463-468.

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